segunda-feira, 14 de julho de 2014

Queda de Impérios

O que a queda de uma seleção pentacampeã durante a Copa de 2014 tem a nos ensinar sobre estratégia empresarial?


Quando assisti a derrota humilhante da seleção brasileira pela Alemanha na Copa 2014, pensei: como uma equipe pentacampeã da Copa é massacrada assim? Como a seleção do país do futebol faz uma participação de baixo nível nas semifinais?


Então comecei a me lembrar de grandes empresas que aparentemente, de um dia para o outro, vê sua estrutura abalada. Em exemplo temos a Nokia, que viu sua verdade cair por terra ao assistir o lançamento do iphone. Um produto desenvolvido pela empresa Apple, que até então fabricava computadores.


E este erro se justifica pela tomada de estratégia de cada empresa. A Apple, desenvolvedora de computadores, enxergou a possibilidade de levar as funcionalidadesdo computador para um celular. Enquanto a Nokia, no topo de seu segmento, tentava desenvolver a cada dia celulares com melhor design e funcionalidade.


Abaixo listo os erros que as empresas cometem sem perceber, mas que determinam o seu futuro e as colocam mais próximo à queda:


1- As empresas se acham tão boas no que fazem que acreditam que nada pode abalar a sua estrutura. Isso me lembra da estória de Sérgio Zyman contada no livro “O Fim do Marketing Como Nós Conhecemos”. Ele relata uma campanha de Marketing onde a concorrente PEPSI circula na TV americana o vídeo de um teste, onde pessoas sãoconvidadas a degustar 2 líquidos escuros que estão sem identificação. Em seguida as pessoas precisavam responde duas perguntas: Primeira – Qual líquido você achou mais saboroso?. Segundo: Qual deles era a marca PEPSI?. O resultado foi que a maioria das pessoas disseram achar que o líquido mais gostoso era da marca Coca-Cola. Mas para espanto de muitos, a bebida apontada como a mais gostosa, era na verdade da marca PEPSI.


Zyman não acreditando no resultado, contratou uma empresa conceituada no mercado erepetiu o teste. Novamente, para espanto do Diretor de Marketing da Coca-Cola, o teste apresentou o mesmo resultado que o feito pela PEPSI.


Humildadeé sim, muito importante para os negócios. Saber que seu concorrente é tão bom quanto você, faz com que os empresários fiquem acordados e bem atento ao mercado.


2- Medo de inovar. O famoso pensamento de que em time que está ganhando não se mexe, não deve fazer parte da filosofia das empresas. Estar no topo significa que você se arriscou mais, então não pare.


3- Preguiça de inovar. Procrastinar uma ideia só afasta as empresas da inovação, e empresa sem inovação não tem futuro.


4- Medo do novo. Muitas das vezes a necessidade de mudança vem como uma cobrança do ambiente externo. Leis são criadas, regras mudam, o mercado se transforma, ou seja, empresa que não muda está fadada ao esquecimento.


5- Achar que o concorrente só me copia. As empresas que estão no topo não podem achar que elas são a única referencia do mercado. Se fosse assim as empresas não teriam um setor de Pesquisa e Desenvolvimento e sim um setor de Benchmarking.


6Focar muito no cliente. Cliente é especialista em melhoria de processos, não em inovação. Henry Ford (por volta de 1913) já sabia disso e compartilhou seu conhecimento: "Se eu perguntasse a meus clientes o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido". Assim, para inovar é necessário pensar fora da caixa, pensar além dos seus clientes.


7- Não lembrar que na estratégia definida por Porter tem o braço da ameaça de novosentrantesMas este novo entrante não é só uma nova empresa constituída do zero, mas sim uma empresa já constituída em determinado segmento que decidiu navegar por novos mares. É o que aconteceu com a Nokia e a Apple!


Não podemos esquecer que a seleção brasileira na verdade é uma empresa, comandada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Sendo assim, a CBF precisa trabalhar muito para reerguer a imagem da seleção brasileira e manter o status do Brasil como o país do futebol. É importante entender que da mesma forma que o Brasil se prepara para a Copa, outras nações também fazem o mesmo. Precisamos só saber se elas estão cometendo os mesmos erros que nós.

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