quarta-feira, 3 de julho de 2013

Willian, de admirado nas redes socias para odiado nas redes sociais.

A fama do Willian Bonner pelo mundo é bem conhecida, alías ser âncora e editor-chefe de um dos telejornais mais assistidos do Brasil e que está no ar desde 1969, devemos admitir que é um privilégio para poucos. Mas no final de 2009, Willian Bonner ganha fama também nas redes sociais, e o que começou apenas por diversão, virou coisa séria.
Em pouco tempo, Bonner ganha fãs que se admiraram ao ver um Bonner informal. O Tio do Twitter, que compartilha receitas de brigadeiro, fotos de família e pesquisa para saber qual gravata usar para apresentar o Jornal Nacional, conseguiu mais de 4.000.000 de seguidores e o Shorty Awards – o famoso Oscar do Twitter.
Nota dez para o marketing pessoal do jornalista, que mesmo afirmando que tudo não passava de uma brincadeira, também sabe que toda esta comoção no Twitter interfere no telejornal e declara em entrevista ao companheiro de profissão Rafael Sbarai, da revista Veja: “eu acho que quanto maior for a empatia estabelecida entre mim e o telespectador-twitteiro, mais agradável será, para ele, a experiência de assistir ao Jornal Nacional”.
Mas como neste mundo tudo pode mudar, em junho de 2013 o Brasil iniciou a mais ampla e repentina revolta popular de sua história. Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Goiânia, Florianópolis, Curitiba, Vitória, Palmas e (até) Muzambinho (interior de Minas Gerais) foram para rua protestar, inicialmente, pelo aumento dos valores da passagem do transporte público. Logo os protestos tiveram cada vez mais cunho político e Dilma, Feliciano, FIFA e PEC-37 foram duramente criticados nas ruas.
E o governo se perguntou: Como isso foi acontecer? Onde isso começou? Em meu ponto de vista, o governo subestimou a força das redes sociais. Esqueceu que para uma simples crítica de 140 caracteres não há fronteiras. Logo a população brasileira decidiu não só falar dos seus descontentamentos com o governo através do famoso Facebook, conhecido como “muro das lamentações”. As ruas precisavam ser tomadas para que o som dos manifestantes chegasse à Brasília.
A Dilma, ao analisar o mercado, só acompanhou um KPI: Porcentagem de popularização do seu mandato. Ela esqueceu que o Datafolha só entrevista as pessoas na rua, não visualiza a parte da população ativa nas redes sociais. Não demorou muito para a sua popularidade despencar 27 pontos.
A equipe de comunicação da presidente Dilma Rousseff avalia que ela levará quatro meses para reconquistar a popularidade perdida e não vê abalo irreversível em sua imagem. Será??? Enfim... isso é assunto para outro artigo, vamos seguir com o principal personagem deste texto.
Enquanto Dilma olhava assustada para a população protestando, Willian Bonner, através do Jornal Nacional, chamava a população de baderneiros e destorcia as informações. Em pouco tempo a equipe de jornalistas da Rede Globo foi expulsa de todos os protestos realizados pelo país. E Willian Bonner sai de admirado do Twitter para odiado no Facebook.
Nem a desculpa pública de Arnaldo Jabor e nem a mudança de adjetivos quando se referia aos protestantes, fez com que a popularidade de Willian Bonner deixasse de cair. E a cada minuto novas charges criativas feitas pela população com críticas ao jornalista invadiam as redes sociais.
Provavelmente, Bonner não entendeu como funciona o mundo virtual. Ele não sabe que no mundo virtual não há fronteiras e nem fuso horário e, com isso, opiniões podem ser mudadas a cada instante. Que mentiras podem ser desmentidas facilmente.
Quando Willian Bonner afirma que o seu Twitter pode influenciar a forma que o telespectador assite ao Jornal Nacional, ele esqueceu que o Jornal Nacional também influencia a forma que as pessoas usam as redes sociais. O mundo acontece lá fora, conectado às redes sociais.
Sendo assim, quem não aprende a navegar neste novo ambiente está fadado a mudar de lado de um dia para o outro.  

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